segunda-feira, 6 de março de 2017

O PAPEL DAS PROJEÇÕES

Em terapia de casal o mal-estar vivido nas fases de crises, geralmente é resolvido nos modos seguintes: Reprime-se a reação natural de ver o outro como ele é, evitamos a realidade de sua percepção e reação emocional, atitude muito freqüente na nossa cultura patriarcal, em que os sentimentos são colocados num segundo plano. Outro modo é exercer controle sobre o parceiro, em vários sentidos, por exemplo: reações de raiva, desaprovação, afastamento, manhas ou algo parecido. A possibilidade de perder a autonomia, a busca ideal ou a parceria gera angustia e dor. Nesse caso vive-se a crise com mais riscos do que oportunidade. Um terceiro modo é através da integração da sombra, que só acontece com a retirada das projeções lançadas no parceiro. O reconhecimento da imagem do outro, como fator interno, traz de volta a energia investida fora, para que possa retornar ao seu desenvolvimento.
Quando as expectativas não coincidem com a realidade, o indivíduo não pode evitar a dor e o sofrimento.
É material terapêutico perceber o papel da projeção do animus-anima na conjugalidade e, isso significa discriminar o que está “dentro” e o que está “fora”.
 Aprender a lidar, com o lado Masculino (ou Feminino) corresponde ao desenvolvimento da autonomia, segurança e confiança na relação amorosa.
Se, por um lado, a conjugalidade está subordinada ao modo como cada cônjuge lida com os seus próprios conteúdos internos, por outro lado, a convivência no dia-a-dia, as descobertas e perplexidade decorrentes dos encontros e desencontros aumentam a capacidade de se auto-avaliar.
O recolher das projeções pode levar ao autoconhecimento e a uma troca profunda e íntima entre os cônjuges. Pode também ser a descoberta de que se “dorme com um estranho” e, portanto, o vínculo perde o sentido. Nosso processo de individuação é pautado pela pressão de forças antagônicas; as conhecidas e as desconhecidas, as que nos convidam ao aconchego da casa e da parceria, assim como, as “não vividas” (sombra) pressionando e nos impelindo ao risco porque é aí que a tal “imagem ideal” faz a sua coreografia e nos seduz.



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