segunda-feira, 6 de março de 2017

CRISES FAMILIARES E A TAL PROJEÇÃO

Atrair (flechar) o outro é ao mesmo tempo tocar uma parte de si mesmo; é um meio de integrar os aspectos vistos no outro, dos quais decorrem dois problemas: o primeiro é que o outro não é só o que vemos, mas uma totalidade que nós não conhecemos.
Em geral, no enredo das crises familiares o elemento da projeção desempenha o papel principal.
Um dos mais antigos simbolismos da projeção é aquele do projétil, ou melhor, da flecha ou disparo mágico que prejudica os homens. Na Mitologia, são especialmente Apolo e Ártemis que, com suas flechas, enviam a morte e a doença. Entretanto elas não só podem causar doença e morte, mas também a comoção repentina da paixão amorosa como a que provém das setas do deus Éros.
Na mitologia hindu, o deus do amor, Kama, aparece armado de arco e flecha, e Buda designa o desejo ávido como flecha.
A palavra “projeção” vem do vocábulo latino pro + jacere, “atirar à frente”.
Amamos no outro o que não reconhecemos em nós, mas também odiamos no outro o que não admitimos possuir. Assim, surgem as grandes paixões e ódios, pois a realidade do outro fica mascarada, obscurecida.


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